A zona de conforto nos investimentos

Durante um tempo considerável da minha vida, eu coloquei meu dinheiro na caderneta de poupança. Não me importava se eram R$ 1.000,00 da sobra do salário ou se eram R$ 50,00 que sobraram de alguma compra. Era inquestionavelmente a poupança. Um tempo depois, comecei a estudar sobre investimentos, porque eu queria que meu dinheiro rendesse mais. Com isso, comecei a ler livros relacionados, e logo depois de algum tempo, minha mente ficou totalmente inquieta. O motivo era simples e vinha por meio de perguntas do tipo: por que eu nunca tinha tido essa curiosidade de me informar sobre rendimentos? Por que eu nunca me importei em procurar outro investimento? Quanto de dinheiro eu poderia ter conseguido, caso eu já tivesse feito esses investimentos antes? Toda essa inércia foi causada, acredito eu, pela minha zona de conforto, aliado ao hábito de sempre ter investido na poupança e o fato da sua popularidade.

Lendo sobre o assunto, descobri que existem estudos (desde trabalhos de conclusão de curso até teses de doutorado) a respeito das tomadas de decisão de investimento. Basicamente, por que uma pessoa escolhe esse ou aquele investimento? Por que tal pessoa nunca muda de investimento? São questões comuns abordadas nesses estudos.

Não vou entrar no mérito desses estudos. Vou usar o meu caso como exemplo, e mostrar que, se alguem passa por esse problema, ela não está sozinha nessa. O primeiro aspecto que me atrapalhou bastante foi o fato de eu estar numa zona de conforto. Tente entender o meu lado: quando eu tinha um dinheiro qualquer sobrando, eu simplesmente acessava um caixa eletrônico, ou a web, e transferia para a minha caderneta de poupança. Daqui a 30 dias, aproximadamente, eu sabia que eles renderiam juros junto com o valor de mesma data de aniversário que já estava lá antes. Eu poderia colocar desde um valor baixo de, por exemplo, R$ 10,00 até um valor alto de, digamos, R$ 10.000,00. Eu sabia que o dinheiro não ia ficar lá parado. Mais cedo ou mais tarde, ele aumentaria uma quantidade. Então eu nunca me preocupei se o rendimento estava bom ou não, e com isso os anos foram passando.

O segundo aspecto foi a falta de conhecimento em outros investimentos. Eu já tinha ouvido falar que CDB existia, mas sabia também que incidia imposto de renda sobre ele. E confesso: eu tinha preconceito pelo fato de existir IR. Eu achava que o rendimento sairia pior e nunca me importei em procurar saber se, o que eu pensava, era verdade ou não.

O terceiro aspecto foi o fato de que todo mundo sempre comentou que tinha dinheiro na caderneta de poupança, e meus parentes sempre conversavam sobre usar a caderneta de poupança, mas nunca ninguém tinha me falado sobre CDB, LCI, LCA, fundos de investimentos em renda fixa, fundos imobiliários etc. Eu não os culpo. Eles tinham o mesmo problema que o meu: a falta de informação sobre investimento e a preguiça em aumentar o conhecimento no assunto.

O que já me disseram foi que o impecilho para outros investimentos era o medo. Não sabiam quais as seguranças dos outros investimentos, quais as características etc, e isso simplesmente deixava muita gente preocupada em tomar uma atitude de mudança. Eu mal conhecia o FGC.

De qualquer forma, o que sugiro para as pessoas que têm esse problema é ir mudando aos poucos. Se você já leu sobre CDB, e o seu banco oferece uma rentabilidade maior do que o da poupança, sugiro que você invista uns R$ 1.000,00 em CDB. Espere o mês passar. Faça o resgate. Veja como funciona. Depois invista em LCI. O Banco do Brasil oferece um LCI com aplicação mínima relativamente baixa, o que facilita a pessoa investir e esperar passar o prazo de carência para resgatar. Depois de confiante, eu garanto que você não vai ser a mesma pessoa. Você até terá confiança em investir em bancos não muito conhecidos, como o Intermedium, cujo LCI é muito atrativo.

Hoje, o dinheiro que tenho em caderneta de poupança é mínimo necessário para cobrir eventuais emergências de curtíssimo prazo. As emergências de curto prazo estão em outros investimentos diferentes da poupança com, praticamente, igual liquidez.

O fato de saber que meu dinheiro está rendendo uma porcentagem maior do que estava há uns anos atrás me deixa bastante satisfeito. Espero que você, que passa pelos mesmos problemas pelos quais passei, possa superá-los o mais rápido possível.

Ah, antes que me esqueça: paciência é primordial. Você não vai aprender tudo nem perder o medo da noite para o dia.

Obrigado pela visita!

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