Taxa Selic e suas influências

A tão falada taxa SELIC é a taxa básica de juros brasileira. Ela influencia, direta e indiretamente, a vida de várias pessoas no mundo todo, não só a dos brasileiros.

Um exemplo para nós é a caderneta de poupança. A partir de 2012, com a MP 567/2012, a poupança passou a ser calculada de acordo com a SELIC. Caso a taxa esteja acima de 8,5%, a poupança rende 0,5% + TR ao mês. Caso a SELIC esteja menor ou igual a 8,5%, a poupança será calculada como 70% da SELIC + TR ao mês.

É saudável, para um governo, possuir uma quantidade de reservas estrangeiras, também chamado de reservas de divisa, em seu banco central. Se o governo não possui uma determinada moeda estrangeira, ele precisa aumentar o preço dela para que não acabe. E isso é natural, já que muita demanda por um produto escasso faz o valor do produto subir. E quando esta moeda estrangeira está com um valor muito alto, os brasileiros não têm estímulo para comprá-la, seja para viajar, comprar produtos de fora etc. O problema maior começa quando o país não consegue produzir 100% de algum produto.

O Brasil, por exemplo, precisa importar parte do trigo que consumimos. Isso significa que, se for preciso importar, terá a necessidade de pagar em moeda estrangeira (dólar, euro, iene etc), e este produto entrará no Brasil mais caro do que seria se a moeda estrangeira fosse mais barata. Com isso, esse custo alto é repassado para as empresas que compram o trigo. E isso influencia diretamente no preço do pão da padaria da esquina da sua casa. O trigo é só um exemplo. O petróleo é outro que influencia sua vida também. O que isso tem a ver com a SELIC? Já leu a respeito dos títulos públicos? Você pode ler em http://guiamonetario.blogspot.com/2016/11/um-apanhado-geral-respeito-dos-titulos.html.

Imagine que você investe em títulos públicos indexados à taxa básica de juros em um país onde se paga 1% ao ano. Você vê outro país, neste caso, o Brasil, pagando 14% ao ano. É comum que seu olho cresça para esse outro país. Claro que você vai levar em conta também se o país é bom pagador ou não.

O Brasil (e outros países também) utiliza esta taxa para atrair investidores estrangeiros. Para que eles comprem título público brasileiro, eles vão precisar trocar sua moeda para Real. Com isso, o Banco Central ganha em recursos estrangeiros. É claro que nenhum país pode sair emitindo títulos sem limite. Lembre-se que, quando o investidor compra um título público, ele passa a ser credor do governo, e, lá no futuro, ele vai cobrar a dívida. O Brasil irá pagá-lo, e o investidor irá trocar seu Real recebido para a moeda do seu país. Diante dessa situação, o governo precisa usar esse dinheiro conseguido por meio da venda de título para poder captar mais recurso do que ele vai pagar no futuro como rendimento. O modo que ele utiliza para fazer isso está fora do escopo desta postagem.

A cada, aproximadamente, 1 mês e meio (não é exato esse número, mas é bem próximo), há a reunião de um comitê, denominado COPON, para definir, entre outras coisas, se haverá queda, aumento ou permanência da taxa SELIC. Eventos no mundo inteiro influenciam esta decisão. Recentemente, Trump foi eleito para presidente nos Estados Unidos. Isso fez com que o governo repensasse se vai haver queda na SELIC ou não, que seria o plano caso Trump não ganhasse.

Você vê que existem várias variáveis envolvidas. Eu não entrei em detalhes a respeito da inflação, mas ela está envolvida também. Taxa SELIC é um assunto complexo e bem interessante também. Conhecer os aspectos que a cercam pode ser um aliado para os investidores.

Para mais informações: http://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/n/SELICTAXA

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