Organizando as contas de casa

Você faz as contas do quanto vai gastar no mês, e não sobra nada para investir. Você já leu o desafio P200/30, viu uma sugestão para a sua própria previdência, e não consegue poupar o mínimo todo mês. A boa notícia é que isso, provavelmente, tem uma solução.

Antes, gostaria de parabenizar quem tem as contas organizadas. Quem as tem de forma controlada consegue economizar mensalmente, mesmo que pouco. E essa reserva, no longo prazo, faz muita diferença. Quem as tem consegue saber exatamente quanto vai sobrar caso aconteça algo inesperado no mês, diferente de quem está sem controle sobre as finanças. Quem está sem o controle financeiro acaba torcendo para dar tudo certo. Quem tem o controle também tem uma reserva para caso o "salário acabe antes do mês". Por isso, e por outros motivos, é interessante saber exatamente o que está gastando.

Primeiro ponto: registre tudo que você gaste. Use uma planilha do excel, do google, seja lá qual for, mas registre. Com o tempo, você vai saber exatamente o quanto gasta, mesmo algumas contas tendo custo variável - por exemplo: a de luz. Caso você seja casado, mostre ao seu cônjuge. Deixe que a outra pessoa saiba exatamente como as contas estão. Mas aqui surge uma observação: não envolva seu filho nisso caso ele seja novo. Isso pode fazer com que ele passe a ficar preocupado com dinheiro. E, caso as contas fiquem apertadas por muito tempo, ele pode passar a pensar que isso é o normal de todas as famílias e o receio de não ter dinheiro pode acompanhá-lo por muito tempo. Pode parecer exagero, mas pode acontecer.

Segundo ponto: faça uma análise do que você gasta e veja se não tem jeito de conseguir a mesma coisa por um preço menor. Exemplo recente: vi que duas operadoras telefônicas estavam oferecendo praticamente o mesmo plano de celular (GB de dados mensais, minutos para outras operadoras etc) com uma diferença de preço quase 30% maior. Outro exemplo foi quando fui contratar um plano de internet há quase 2 anos. Com exatamente a mesma banda, o preço variava em torno de 15%.

Terceiro ponto: faça outra análise do que você gasta e veja o que realmente precisa. Por exemplo: você assina o pacote mais caro de TV a cabo. É realmente necessário? Você tem um plano de telefone que te dá 2000 minutos para outra operadora e 3GB de dados por mês. Será que você gasta isso tudo? Será que não daria para pegar um plano menor?

Quarto ponto: faça mais uma análise do que você gasta e veja se você não consegue fazer algo que você paga para ser feito. Você paga alguém para limpar sua casa? Se você está apertado financeiramente, por que você mesmo não limpa? Você almoça em restaurante todos os dias? Por que não faz o próprio almoço?

Uma coisa tem que ficar clara: estou considerando uma situação onde a pessoa está com dificuldades financeiras. Em hora nenhuma, estou falando para todos fazerem isso. Caso o seu orçamento permita e você queira, então coma fora, pague alguém para limpar sua casa etc.

Quinto ponto: esse é o mais difícil, que é aceitar todas essas mudanças e começar a vida da parte de baixo. Não adianta mudar durante 3 meses, e depois voltar tudo de novo. Nós costumamos sair da casa dos pais e achar que temos que ter tudo que tínhamos quando saímos de lá: desde faxineira 24h por dia a TV a cabo com todos os canais. Não pense que nossos pais chegaram onde estão do dia para a noite. Eles batalharam, tiveram paciência e conseguiram. Onde nós estávamos enquanto eles lutavam? Estávamos brincando na casa de amigos, estávamos jogando bola, estávamos com o namorado ou namorada etc. E a gente não percebeu que eles estavam montando a sua "fortaleza". Então não tenha pressa em construir a sua fortaleza também.

Sexto ponto: crie uma reserva financeira. É sempre bom tê-la. Seja para comprar algo necessário de forma inesperada, seja para cobrir um eventual desemprego por alguns meses. Cortando gastos desnecessários, trocando por gastos menores, dificilmente não vai sobrar algum dinheiro no final do mês. Essa sobra pode - e deve - ser usada para criar esse "colchão de reserva".

Sétimo ponto: aprenda a investir. Não adianta separar R$ 200,00 todo mês e comprar títulos públicos com eles, se você não tem uma reserva financeira. Em um momento de dificuldade, você vai precisar recorrer a essa reserva, e pode acabar perdendo dinheiro ao resgatar os títulos, simplesmente pelo fato de que você não sabia como eles funcionavam. Com relação a esse sétimo ponto, sugiro a leitura: http://guiamonetario.blogspot.com/2016/11/onde-investir.html.

Nesta postagem, eu dou umas dicas de como ter um rendimento "extra" - pequeno, porém permanente - ao mudar alguns hábitos.

Algumas dicas foram dadas. Várias são encontradas na internet. Sugiro que sempre procure algo a respeito para ler, pois com isso, o hábito vai sedimentando, e dificilmente você volta ao que era antes. Depois de ver as melhorias, dificilmente alguém quer voltar ao estado em que estava antes.

Boa sorte na sua organização.

Obrigado pela visita!

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