Exemplo de carteira de investimento em renda fixa
Você tem aquela quantidade X de dinheiro para investir. O problema é que você não sabe onde. Surge aquela dúvida se você vai diversificar os investimentos. Invisto em 2 tipos de investimento? Três?
Bom, antes de qualquer coisa, tenha em mente que esse problema não tem uma solução única. O que vale para o seu amigo pode não valer para você. Vamos imaginar que você tem em torno de R$ 10.000,00 para investir. Eu decidi que, nesta carteira, só terá investimentos de renda fixa. Ações, fundos da dívida externa, tudo isso será tratado em outro post. Todas as decisões neste post serão tratadas como exemplificativas. Não tem que ser assim para todo mundo. O ideal, nesta postagem, é que o leitor observe a ideia por trás de cada investimento para saber como deve adaptar ao seu caso.
Enfim, o que fazer?
A primeira sugestão que dou é tentar quantificar um valor que você acredita que vai ser sua reserva de emergência. Você acha que, em uma emergência, vai precisar de R$ 5.000,00? Você acredita que isso seja um valor alto para emergência? Sim? Não? Difícil responder, certo?
A primeira pergunta: você já precisou de algum dinheiro na emergência? Se sim, já é um bom começo para saber qual seria essa reserva.
A segunda pergunta é: você tem plano de saúde? Eu pergunto isso, porque as emergências podem acontecer quando você decide fazer uma cirurgia em 2 meses, ou de alguma consulta que surge "do nada". Tendo um plano de saúde, essa reserva de emergência pode ser menor. Alguém pode pensar: "mas 2 meses não podem ser uma emergência.". Em se tratando de investimento, 2 meses podem ser uma emergência. Alguns investimentos pedem um período de carência de 90 dias (como o LCI), outros pedem até mais (como o LCA). Então, se você investe nessas modalidades, 2 meses podem ser uma emergência.
A terceira pergunta é: você mora com seus pais, ou tem alguém que banca suas contas? Isso facilita o bastante para diminuir a dependência de uma reserva de emergência. Unido ao plano de saúde, sua reserva de emergência cai substancialmente.
A quarta pergunta é: se você ficar desempregado hoje, quanto tempo você acha que pode ficar sem arrumar um emprego com a reserva de emergência? Se você tem uma reserva para menos de 6 meses, é um risco muito grande. Talvez guardar uma reserva para 1 ano seja menos arriscado.
Bom, diante de tudo isso, decidi separar R$ 3.000,00 para situações emergenciais. Onde vamos investí-los? Queremos liquidez, com um rendimento relativamente bom. Poderíamos até pensar na poupança, por causa de sua liquidez, mas antes, devemos procurar o gerente do nosso banco para perguntarmos qual é a rentabilidade do CDB, cuja liquidez seja D+1, isto é, ela estará disponível um dia após a aplicação, e terá um rendimento melhor do que a poupança, mesmo sendo resgatado antes de 180 dias (inclusive). Escolhi esse tempo pensando na hipótese de pagar a maior alíquota de IR, que é de 22,5% para resgates anteriores a 180 dias (inclusive). Caso eu faça algum resgate depois de 180 dias, melhor ainda, pois pagarei menos imposto.
Eu tenho conta no Banco do Brasil atualmente. No momento em que escrevo, o CDB DI rende 81,5% do CDI, que atualmente está em 13,88%. Isso dá um rendimento anual bruto de 11,3122%, cujo rendimento mensal, em média, é de 1,00897%. Descontado o IR de até 180 dias (estou considerando o menor prazo por se tratar de reserva de emergência), o rendimento líquido é de 0,6952%. Nota-se que ele é ligeiramente maior do que o da poupança, mesmo ela sendo isenta de IR, e o CDB, não.
Com isso, decidi que R$ 3.000,00 vão para o CDB DI do BB. Recomendo fortemente olhar com o seu gerente quais as opções de CDB que você tem no banco. Sempre lembrando que você precisa de um com alta liquidez. O banco pode te oferecer vários tipos.
Alguém pode até lembrar do LCI, mas tem que ter em mente que o LCI exige um prazo de carência, então, por esse motivo, descartei o LCI, já que posso precisar desse dinheiro a qualquer momento, inclusive antes do prazo da carência do LCI.
Agora, como investir o restante? Bom, nos meus planos, R$ 7.000,00 podem ser investidos no médio e longo prazo. Pode ser que eu precise de um mínimo para começar a investir na bolsa de valores daqui a uns 2 ou 3 anos. É um desejo meu. Logo, investirei em torno de R$ 2.000,00 em um título público indexado à taxa SELIC de 3 anos. A ideia é que eu o resgate no vencimento para que eu possa reinvestí-lo em ações daqui a uns anos, quando eu estiver me sentindo mais confiante na Bolsa de Valores. Vou escolher o título público indexado à SELIC pelo fato de ela estar com uma rentabilidade alta, e eu não acreditar que ela vá cair tanto em 3 anos, que é o tempo de seu vencimento.
Quanto aos outros R$ 5.000,00 que faltam, eu não tenho nenhuma pretensão de usá-lo, mas eu não gostaria de perder valor neles. Logo, vou comprar títulos públicos indexados ao IPCA. Nesse tipo de título, você ganha uma porcentagem fixa somada à porcentagem do IPCA. Logo, nós vemos que este título sempre vai ficar acima da inflação. Decidi escolher um título que vença em 10 anos. Caso eu queira reinvestir esse valor daqui a 10 anos, não precisarei resgatá-lo com antecedência, o que poderia (não necessariamente) me dar um rendimento menor.
Com isso, temos:
Com esse exemplo, eu acredito que alguém, que não tinha nenhuma noção de como criar uma carteira de investimento em renda fixa, passa a ter uma direção. Acredito que todo mundo que quer investir já passou por essas dúvidas, e, pelo menos agora, não está tão perdido assim. O ideal é que o leitor questione seus objetivos financeiros para poder criar sua carteira de investimento.
Bom, qualquer sugestão, comentário ou dúvidas, comentem. Ficarei grato em responder.
Sugestão de leitura: Caderneta de poupança, CDB, LCI e LCA
Obrigado pela visita!
Bom, antes de qualquer coisa, tenha em mente que esse problema não tem uma solução única. O que vale para o seu amigo pode não valer para você. Vamos imaginar que você tem em torno de R$ 10.000,00 para investir. Eu decidi que, nesta carteira, só terá investimentos de renda fixa. Ações, fundos da dívida externa, tudo isso será tratado em outro post. Todas as decisões neste post serão tratadas como exemplificativas. Não tem que ser assim para todo mundo. O ideal, nesta postagem, é que o leitor observe a ideia por trás de cada investimento para saber como deve adaptar ao seu caso.
Enfim, o que fazer?
A primeira sugestão que dou é tentar quantificar um valor que você acredita que vai ser sua reserva de emergência. Você acha que, em uma emergência, vai precisar de R$ 5.000,00? Você acredita que isso seja um valor alto para emergência? Sim? Não? Difícil responder, certo?
A primeira pergunta: você já precisou de algum dinheiro na emergência? Se sim, já é um bom começo para saber qual seria essa reserva.
A segunda pergunta é: você tem plano de saúde? Eu pergunto isso, porque as emergências podem acontecer quando você decide fazer uma cirurgia em 2 meses, ou de alguma consulta que surge "do nada". Tendo um plano de saúde, essa reserva de emergência pode ser menor. Alguém pode pensar: "mas 2 meses não podem ser uma emergência.". Em se tratando de investimento, 2 meses podem ser uma emergência. Alguns investimentos pedem um período de carência de 90 dias (como o LCI), outros pedem até mais (como o LCA). Então, se você investe nessas modalidades, 2 meses podem ser uma emergência.
A terceira pergunta é: você mora com seus pais, ou tem alguém que banca suas contas? Isso facilita o bastante para diminuir a dependência de uma reserva de emergência. Unido ao plano de saúde, sua reserva de emergência cai substancialmente.
A quarta pergunta é: se você ficar desempregado hoje, quanto tempo você acha que pode ficar sem arrumar um emprego com a reserva de emergência? Se você tem uma reserva para menos de 6 meses, é um risco muito grande. Talvez guardar uma reserva para 1 ano seja menos arriscado.
Bom, diante de tudo isso, decidi separar R$ 3.000,00 para situações emergenciais. Onde vamos investí-los? Queremos liquidez, com um rendimento relativamente bom. Poderíamos até pensar na poupança, por causa de sua liquidez, mas antes, devemos procurar o gerente do nosso banco para perguntarmos qual é a rentabilidade do CDB, cuja liquidez seja D+1, isto é, ela estará disponível um dia após a aplicação, e terá um rendimento melhor do que a poupança, mesmo sendo resgatado antes de 180 dias (inclusive). Escolhi esse tempo pensando na hipótese de pagar a maior alíquota de IR, que é de 22,5% para resgates anteriores a 180 dias (inclusive). Caso eu faça algum resgate depois de 180 dias, melhor ainda, pois pagarei menos imposto.
Eu tenho conta no Banco do Brasil atualmente. No momento em que escrevo, o CDB DI rende 81,5% do CDI, que atualmente está em 13,88%. Isso dá um rendimento anual bruto de 11,3122%, cujo rendimento mensal, em média, é de 1,00897%. Descontado o IR de até 180 dias (estou considerando o menor prazo por se tratar de reserva de emergência), o rendimento líquido é de 0,6952%. Nota-se que ele é ligeiramente maior do que o da poupança, mesmo ela sendo isenta de IR, e o CDB, não.
Com isso, decidi que R$ 3.000,00 vão para o CDB DI do BB. Recomendo fortemente olhar com o seu gerente quais as opções de CDB que você tem no banco. Sempre lembrando que você precisa de um com alta liquidez. O banco pode te oferecer vários tipos.
Alguém pode até lembrar do LCI, mas tem que ter em mente que o LCI exige um prazo de carência, então, por esse motivo, descartei o LCI, já que posso precisar desse dinheiro a qualquer momento, inclusive antes do prazo da carência do LCI.
Agora, como investir o restante? Bom, nos meus planos, R$ 7.000,00 podem ser investidos no médio e longo prazo. Pode ser que eu precise de um mínimo para começar a investir na bolsa de valores daqui a uns 2 ou 3 anos. É um desejo meu. Logo, investirei em torno de R$ 2.000,00 em um título público indexado à taxa SELIC de 3 anos. A ideia é que eu o resgate no vencimento para que eu possa reinvestí-lo em ações daqui a uns anos, quando eu estiver me sentindo mais confiante na Bolsa de Valores. Vou escolher o título público indexado à SELIC pelo fato de ela estar com uma rentabilidade alta, e eu não acreditar que ela vá cair tanto em 3 anos, que é o tempo de seu vencimento.
Quanto aos outros R$ 5.000,00 que faltam, eu não tenho nenhuma pretensão de usá-lo, mas eu não gostaria de perder valor neles. Logo, vou comprar títulos públicos indexados ao IPCA. Nesse tipo de título, você ganha uma porcentagem fixa somada à porcentagem do IPCA. Logo, nós vemos que este título sempre vai ficar acima da inflação. Decidi escolher um título que vença em 10 anos. Caso eu queira reinvestir esse valor daqui a 10 anos, não precisarei resgatá-lo com antecedência, o que poderia (não necessariamente) me dar um rendimento menor.
Com isso, temos:
- R$ 3.000,00 em CDB, pois eu decidi que preciso ter uma reserva de emergência, e também não quero usar a caderneta de poupança.
- R$ 2.000,00 em título público indexado à SELIC de 3 anos, pois eu decidi que provavelmente vou precisar deste título em, relativamente, pouco tempo.
- R$ 5.0000,00 em título público indexado ao IPCA de 10 anos, pois eu decidi que não vou precisar desse dinheiro tão cedo, e também não quero que esse dinheiro perca valor com o tempo.
Com esse exemplo, eu acredito que alguém, que não tinha nenhuma noção de como criar uma carteira de investimento em renda fixa, passa a ter uma direção. Acredito que todo mundo que quer investir já passou por essas dúvidas, e, pelo menos agora, não está tão perdido assim. O ideal é que o leitor questione seus objetivos financeiros para poder criar sua carteira de investimento.
Bom, qualquer sugestão, comentário ou dúvidas, comentem. Ficarei grato em responder.
Sugestão de leitura: Caderneta de poupança, CDB, LCI e LCA
Obrigado pela visita!
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